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CUT e centrais sindicais realizarão ato contra política de juros altos do BC

Atos serão realizados nas cidades em que há sedes do BC no dia 30 de julho

Publicado: 19 Julho, 2024 - 12h15 | Última modificação: 19 Julho, 2024 - 12h29

Escrito por: Confetam

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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais realizarão uma manifestação nacional contra os juros altos no próximo dia 30 de julho, às 10 horas da manhã, em frente ao Banco Central (BC), na Avenida Paulista nº 1804, em São Paulo. Haverá atos também em frente à sede do BC, em Brasília, e nas demais capitais onde há representações regionais da instituição.

A manifestação ocorrerá no mesmo dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá a taxa de juros do país, a Selic. O movimento sindical considera inaceitável a taxa abusiva praticada pelo Banco Central, que boicota e emperra o crescimento do país, prejudicando principalmente a classe trabalhadora.

Desde que o BC se tornou independente em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ), as taxas de juros no Brasil têm atendido às oscilações do mercado financeiro, sem levar em consideração a baixa inflação e a melhora na economia após a posse do Presidente Lula (PT).

Uma pesquisa Quaest, divulgada no último dia 10 deste mês, mostrou que 66% dos brasileiros concordam com as críticas de Lula à política de juros do Banco Central, enquanto 23% discordam. Além disso, 53% dos entrevistados acreditam que o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, usa critérios técnicos, enquanto 28% acreditam que ele não o faz.

Para o presidente da República, o Brasil não pode continuar com uma taxa de juros que impede investimentos no setor produtivo. "Então, é preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação, que está totalmente controlada. Agora fica-se inventando o discurso de inflação do futuro, o que vai acontecer. Vamos trabalhar em cima do real", disse o presidente em entrevista no mês passado à rádio CBN.

Lula também afirmou que quer atrair mais investimentos para o Brasil e que o Banco Central deve agir para ajudar o país, e não para atrapalhar o crescimento. "O presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar", declarou Lula.

A vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, considera inadmissível que o presidente do BC mantenha a atual taxa de juros em 10,5% ao ano, após uma série de quedas de meio ponto percentual, alegando fatores econômicos externos sem analisar a atual conjuntura do Brasil. "Nós temos um presidente no Banco Central que joga pelo pior, que faz parte dessa elite que tem como projeto apenas o enriquecimento próprio. Ou seja, não tem projeto de país. Campos Neto boicota a economia brasileira. É um absurdo o que ele tem feito em benefício do mercado financeiro", declarou Juvandia.

Juros altos impedem geração de emprego

A taxa Selic, utilizada como controle da inflação, serve como referência para todas as outras taxas de juros do país e vem se mantendo em patamares elevados há quase três anos. Atualmente, está em 10,50% ao ano, a segunda mais alta do mundo.

Apesar do discurso de controle da inflação, diversos estudos demonstram que juros altos são prejudiciais para o desenvolvimento econômico, afetando especialmente a população brasileira de baixa renda. A classe trabalhadora sofre com os altos juros em financiamentos, cartões de crédito e outras operações financeiras.

Além disso, ao atrapalhar o crescimento econômico, a alta taxa de juros impede a geração de empregos. Outro imenso prejuízo ao país e aos brasileiros é que os juros altos aumentam os preços, encarecem os empréstimos e empurram o consumo para baixo, enfraquecendo o comércio. Com a produção diminuída, as empresas, sem ter para quem vender, deixam de expandir seus negócios e empregam menos trabalhadores.