Planejamento da Confetam projeta futuro da luta sindical em defesa dos municipais

A nova direção da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) iniciou nesta segunda-feira (14) o seu Planejamento Estratégico para o novo ciclo de gestão. O encontro, que segue até terça-feira (15), acontece na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), reunindo dirigentes de todo o país.

A atividade está sendo conduzida pelos formadores sindicais Rafael Serrão e José Inácio, com base na metodologia do Planejamento Estratégico Situacional (PES), desenvolvida por Carlos Matus. A proposta é analisar coletivamente o cenário político, definir metas comuns e traçar estratégias de enfrentamento diante dos desafios que impactam os trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos municipais.

“A conjuntura molda nossa ação. Nós, trabalhadores, sempre atuamos em cenários que não controlamos. Por isso, precisamos planejar com profundidade, construir saídas coletivas e manter o foco estratégico”, ressaltou Rafael Serrão. “Planeja quem faz. Como atores sociais, nosso objetivo é transformar a realidade. Esse planejamento prevê quatro momentos essenciais: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-operacional”, explicou José Inácio.

A presidenta da Confetam, Jucélia Vargas, destacou a importância política desse momento. “É um orgulho dar início a esse novo ciclo com o pé no chão da organização. Planejar é garantir que nossas ações estejam alinhadas com os interesses da classe trabalhadora e com a defesa de um serviço público forte, democrático e comprometido com o povo brasileiro. Temos desafios, mas também temos coragem, história e capacidade coletiva”, disse.

Além dos formadores, o encontro contou com convidados que contribuíram com reflexões estratégicas para o fortalecimento da atuação sindical. Dão Real, presidente do Sindifisco Nacional e membro do Instituto Justiça Fiscal, fez um resgate histórico sobre os ideais que forjaram a ideia de um Estado democrático. “Hoje completamos 235 anos da Tomada da Bastilha. Foi a partir dali que passamos a pensar em um Estado com o poder repartido entre Executivo, Legislativo e Judiciário, e em princípios como liberdade, igualdade e fraternidade. Esses ensinamentos seguem reveladores. Só evoluímos com rebeldia, ela promove os saltos necessários. E cabe às lideranças sociais esse papel”, frisou.

Já o secretário regional da Internacional de Serviços Públicos (ISP) Interamérica, Euan Gibb, destacou a importância de fortalecer o sindicalismo de base como prioridade estratégica no cenário internacional. “Ninguém virá nos salvar. Se queremos avançar coletivamente, o caminho é organização, luta e solidariedade. Nos Estados Unidos, entenderam isso e começaram a investir na base, trazendo novos trabalhadores, criando sindicatos onde ainda não existem e fortalecendo os já existentes. Essa também deve ser nossa prioridade”, destacou.

O Planejamento Estratégico da Confetam representa um exercício de resistência ativa, construção de unidade e reafirmação do papel dos sindicatos na defesa dos direitos dos servidores e da democracia.