MENU

Fórum de Mulheres de N. S da Glória realiza ato contra a violência e o feminicípio

O Sindiserve Glória e a Fetam/SE apoiam o ato público em defesa da vida das mulheres.

Publicado: 11 Julho, 2018 - 12h17

Escrito por: Fórum de Mulheres Glorienses

.
notice
.

Até quando essa sociedade patriarcal, machista, sexista e heteronormativa vai continuar matando, agredindo, violentando nossas mulheres? Quando uma mulher sofre uma agressão ou é assassinada, todas as outras também são. O Fórum de Mulheres do Município de N. S. da Glória realiza hoje o ato público “Pela Vida das Mulheres”, concentração na Praça dos Quiosques, às 15h30, com objetivo de repudiar o caso de feminicídio de Joana Dark, reafirmar a luta pelo fim da violência doméstica e de gênero e exigir a punição do agressor.

O feminicídio de Joana Dark não é um caso isolado, faz parte das estatísticas cruéis da violência doméstica e de gênero que, nós mulheres, estamos submetidas ao longo de nossas vidas – da infância à velhice.  Como demonstram os dados do Mapa da violência de 2017, no Brasil a taxa de homicídio feminino é de 4,8 homicídios a cada 100 mil mulheres, ocupando a 5ª posição em um grupo de 83 países analisados pela OMS. É importante frisar que a maioria das vítimas são mulheres negras, que o agressor/assassino são pessoas próximas das vítimas, como familiar, cônjuge, namorado ou parceiro.

Em Sergipe essa taxa é de 5,1 homicídios por 100 mil mulheres, ocupando a 20ª posição no ranking dos estados brasileiros. Já o município de Nossa Senhora da Glória ocupa o 7º lugar no estado em índice de violência doméstica contra as mulheres e o 2º lugar na Região do Alto Sertão Sergipano. No período de 2014 a 2018 foram registrados 70 casos de violência doméstica e 04 casos de feminicídios.

Essa situação de violência vivenciada pelas mulheres é fruto da construção social e cultural de um modelo de sociedade fundamentado nos pilares do patriarcado, do machismo e do sexismo. Esse modelo se utiliza das diferenças biológicas para justificar a divisão sexual do trabalho e determinar os papéis sociais do que ser homem e ser mulher na sociedade, ou seja, a construção do gênero. É a partir dessa construção social e cultural do gênero, que a figura do homem passa a ocupar a centralidade na sociedade e subjugar a mulher a um papel de inferioridade e de propriedade dos homens, dessa forma, corroborando, para a prática da violência doméstica e de gênero.

Portanto, para combater a violência doméstica e de gênero o primeiro passo é entender os seus fundamentos, reconhecer que vivemos em uma sociedade machista, que o machismo mata e violenta diariamente as mulheres. A sociedade precisa apoiar as organizações/movimentos de mulheres e feministas, suas lutas contra o machismo e contra o patriarcado e suas reivindicações para que o Estado promova políticas públicas de igualdade de gênero e a luta pela construção de uma sociedade sem opressões e sem exploração das mulheres.

Nossa Senhora da Glória/Se, 10 de julho de 2018

Fórum de Mulheres Glorienses