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Estudo mostra que policiais tem pouca preparação para lidar com LGBTfobia

65% dos entrevistados consideram a polícia "muito pouco preparada" para atender a comunidade LGBTQIA+

Publicado: 29 Maio, 2024 - 09h19

Escrito por: Nathan Gomes

Fernando Frazão
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Uma pesquisa realizada pelo grupo Pela Vidda, no Rio de Janeiro, revela um cenário alarmante de violência e desconfiança entre a população LGBTQIA+. O estudo mostra que embora a maioria dos entrevistados tenha sofrido algum tipo de violência, muitos relutam em denunciar os crimes à polícia. Quando as denúncias são feitas, muitas vezes acabam sendo arquivadas pelo Ministério Público.

Os dados indicam que as formas mais comuns de violência são homofobia (53,6%), violência psicológica (51,7%) e assédio sexual (45,2%). Contudo, 29,3% dos entrevistados disseram que é muito improvável que recorram à polícia em casos de LGBTfobia, enquanto apenas 25% afirmaram ser muito provável que o façam. A pesquisa também revela que 65% dos entrevistados consideram a polícia "muito pouco preparada" para atender a comunidade LGBTQIA+, e 61,7% acreditam que as denúncias não são levadas a sério.

Realizada com 515 pessoas LGBTQIA+, a pesquisa utilizou questionários aplicados online e em eventos específicos. Dos entrevistados, 186 buscaram uma delegacia, mas 28% tiveram a especificação de LGBTfobia recusada e 14% conseguiram registrar a ocorrência apenas após insistência.

Apesar da LGBTfobia ser considerada crime no Brasil desde 2019, faltam levantamentos oficiais sobre a ocorrência desses crimes e seu tratamento. A advogada Maria Eduarda Aguiar, do grupo Pela Vidda, destaca que muitas denúncias acabam arquivadas, desestimulando futuras queixas.

A pesquisa será apresentada à Polícia Civil do Rio de Janeiro para sensibilizar os policiais e melhorar o atendimento às vítimas. Segundo Cláudia Otília, assessora especial da Secretaria de Polícia Civil, medidas estão sendo adotadas, como a criação de grupos de trabalho e a revisão de disciplinas na formação dos policiais, para melhor capacitação e atuação frente à violência contra a população LGBTQIA+.

Com informações da Agência Brasil.