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Desafios globais e nacionais em debate no segundo dia do Congresso da Confetam

A mesa foi coordenada por Jucélia Vargas, presidenta da Confetam, e João Gabriel Buonavita, secretário-geral da entidade.

Publicado: 10 Abril, 2025 - 12h29

Escrito por: Alison Marques

Priscila Cardoso
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Na manhã do segundo dia do 4º Congresso da Confetam, a Mesa 1 teve como tema a análise de Conjuntura Nacional e Internacional, e reuniu importantes nomes do cenário sindical e político-social para refletir sobre os rumos do Brasil e do mundo no atual contexto. A mesa foi coordenada por Jucélia Vargas, presidenta da Confetam, e João Gabriel Buonavita, secretário-geral da entidade.

A ouvidora externa da Defensoria Pública do Ceará, Joyce Ramos, abriu os trabalhos com reflexões sobre os desafios para o desenvolvimento nacional e a centralidade das políticas públicas. Ela resgatou o pensamento do economista Celso Furtado, destacando que “o desenvolvimento nacional é um processo que envolve mudanças estruturais, sociais e econômicas, além de melhorias na qualidade de vida da população”. Para Joyce, o país só avançará se houver compromisso com a superação das desigualdades e com transformações sociais profundas.

Na sequência, Victor Pagane, sociólogo e diretor técnico adjunto do DIEESE, analisou as tendências e desafios do trabalho municipal no pós-eleições de 2024. Ele alertou para os efeitos da agenda neoliberal sobre os serviços públicos e o mundo do trabalho: “Esse avanço do neoliberalismo com privatizações e terceirizações entrou em crise, abrindo espaço para a ascensão da extrema direita no mundo”. Pagane defendeu a urgência da reforma tributária da renda, afirmando que “é preciso colocar os pobres no orçamento e os ricos no imposto de renda”.

O debate seguiu com Euan Gibb, secretário regional da Internacional de Serviços Públicos (ISP), que apresentou uma análise da conjuntura internacional. Ele chamou atenção para o avanço global da extrema direita: “Estamos vivendo um momento tenebroso de desigualdade. O ponto principal é como vamos nos organizar para enfrentar isso”. Gibb reforçou a importância da unidade e organização internacional dos trabalhadores diante do cenário adverso.

Encerrando as falas da mesa, o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, fez um balanço do cenário político nacional e destacou os riscos que o país teria corrido caso Lula não tivesse vencido as eleições. “Lula não tem maioria no Congresso, e esse é um grande desafio. Mas estamos reconstruindo com negociação coletiva no serviço público e valorização do salário mínimo.” Nobre também defendeu o fim da escala 6x1, afirmando: “É preciso trabalhar menos para que todo mundo possa trabalhar”.

A mesa trouxe reflexões potentes sobre os caminhos que o Brasil precisa trilhar para garantir democracia, justiça social e valorização do serviço público.