Confetam repudia agressão a servidores de Florianópolis
Pelo menos 30 trabalhadores foram agredidos a mando do prefeito Cesar Souza Júnior.
Publicado: 11 Março, 2016 - 16h29
Escrito por: Confetam
Acabou em violência a atividade de greve dos servidores municiais de Florianópolis, realizada nesta quinta-feira (10), na porta de um espaço público da Prefeitura Municipal. A mando do prefeito Cesar Souza Júnior (PSD), cerca de 30 trabalhadores foram agredidos e impedidos de entrar no local. Entre as dezenas de vítimas, está a diretora da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), Marina Fuchs.
"O prefeito ordenou que jogassem spray de pimenta nos trabalhadores. A companheira foi uma das atingidas e está com o rosto queimado. Prestamos nossa inteira solidariedade à Marina e a todos os servidores vítimas da violência, e repudiamos veementemente este ato de extrema truculência", afirmou a presidente da Confetam,Vilani Oliveira.
Ela definiu como "lamentável" a postura do prefeito de Florianópolis na condução da greve dos servidores municipais. "Lamentamos profundamente a tentiva de criminalização da luta legítima dos trabalhadores em defesa dos direitos da categoria", completou Vilani.
Nem na ditadura
"Como se estivéssemos na ditadura militar, eu e outros grandes companheiros de luta tomamos spray de pimenta na cara por parte de um setor reacionário e autoritário", desabafou a diretora agredida.
Marina Fuchs denunciou ainda que o prefeito está distorcendo a luta dos trabalhadores, plantando boatos de que os servidores municiais estão dificultando as negociações da Campanha Salarial 2016.
"O prefeito mentiroso e seus lacaios divulgam que a categoria não está aceitando a proposta. Prefeitinho hipócrita, de qual proposta o senhor fala? A categoria não recebeu nenhuma", criticou.
10 dias de greve
No dia 1º de março, os servidores municiais de Florianópolis aprovaram, em assembleia da categoria, a deflagração de greve para pressionar o prefeito a negociar a pauta de reivindicações dos trabalhadores. De lá para cá, nenhuma proposta concreta foi apresentada pela prefeitura aos trabalhadores.
Ao longo das duas últimas semanas, a direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintrasem) organizou diversas atividades, algumas envolvendo mais de mil profissionais, com o apoio de diversas entidades e da própria comunidade.
Em resposta, ao invés de negociar, o prefeito forja um discurso no qual tenta se eximir da responsabilidade dele, na condição de gestor, de conduzir a uma solução para o impasse.
Tentativa de intimidação
Além das agressões com spray de pimenta, outra investida do prefeito contra os trabalhadores foi lançar no site do município uma nota mentirosa sobre a mobilização dos servidores na tentativa de jogar a comunidade contra os grevistas.
A prefeitura também tenta, sem sucesso, coagir e intimidar os trabalhadores, o que só comprova o sucesso da mobilização dos servidores.