Confetam encerra Ciclo de Oficinas com reflexões sobre resistência e antirracismo
Publicado: 27 Novembro, 2024 - 09h32
Escrito por: Nathan Gomes
Na tarde desta terça-feira (26), a Confetam/CUT realizou o último de três encontros do Ciclo de Oficinas “Racismo no Brasil – História e Resistência”. A oficina “Resistência Contemporânea” foi conduzida pela ativista Ieda Leal, educadora e sindicalista do Movimento Negro Unificado (MNU), que destacou as lutas atuais contra a violência racial e as mobilizações por uma sociedade antirracista. O evento marcou o encerramento do Novembro Negro com reflexões e debates sobre o enfrentamento ao racismo estrutural no Brasil.
Durante a oficina, Ieda Leal ressaltou a importância de compreender as conexões entre as resistências históricas, como os quilombos e as revoltas escravistas, e os desafios contemporâneos enfrentados pela população negra. “A luta de nossos ancestrais nos deu a base para resistirmos hoje, mas sabemos que o fim do sistema escravista não eliminou o racismo. A violência contra corpos negros continua sendo uma das expressões mais brutais dessa estrutura que precisamos desmontar”, afirmou. A educadora também destacou a necessidade de uma mobilização coletiva. “Não podemos mais aceitar que nossas indignações sejam apenas nas redes sociais. Precisamos de grandes movimentos de resistência, com união e organização, para garantir o direito à vida e à dignidade de nosso povo.”
A presidenta da Confetam, Jucélia Vargas, reforçou o papel do movimento sindical como protagonista na luta antirracista. “Os sindicatos têm a responsabilidade de dialogar com as bases e incluir a pauta racial em todas as suas ações. É uma questão de justiça social, de combate às desigualdades e de construção de uma sociedade mais democrática e igualitária”, destacou. Jucélia ainda pontuou que o Novembro Negro é um momento para fortalecer as conexões entre classe, raça e gênero, temas que, segundo ela, são inseparáveis na luta por direitos.
Vilani Oliveira, secretária de Combate ao Racismo da Confetam/CUT, destacou a importância da educação como ferramenta de transformação. “O conhecimento é o que nos empodera. Por isso, as oficinas não são apenas momentos de reflexão, mas de formação para a luta antirracista. A resistência está na organização e na consciência crítica, elementos fundamentais para enfrentarmos o racismo estrutural”, afirmou. Vilani reforçou o papel histórico do movimento negro na construção de uma sociedade mais justa. “Somos herdeiros e herdeiras de Zumbi e Dandara. Precisamos honrar essa história lutando diariamente por liberdade, igualdade e justiça.”
O Ciclo de Oficinas “Racismo no Brasil – História e Resistência” contou com a participação de lideranças sindicais, educadores e ativistas de diversas regiões do país, consolidando o compromisso da Confetam/CUT com a pauta racial e a mobilização antirracista.