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Autocuidado é fundamental para reduzir danos causados pela pandemia à vida das mulheres

Esta foi a conclusão da live das servidoras públicas municipais da Paraíba, que discutiu nesta quinta-feira (25) os impactos do isolamento social no cotidiano das mulheres

Publicado: 26 Março, 2021 - 20h01

Escrito por: Déborah Lima

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Cícera Batista, Ozaneide de Paulo, Luba Melo e Suéllen Alencar participaram do debate

Servidoras públicas municipais de Araruna, Boqueirão, Cubati, Monteiro, Nova Palmeira e Região participaram, nesta quinta-feira (25), de live promovida pelos sindicatos da categoria nas Regiões de Curimataú, Seridó e Cariri paraibano. Com mediação da secretária de Comunicação e Imprensa da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Cícera Batista, e participação da secretária da Mulher Trabalhadora da entidade, Ozaneide de Paulo, a live discutiu como enfrentar os impactos causados pela pandemia na vida das mulheres.

O debate virtual também contou com as contribuições de Luba Melo, representante do Comitê de Mulheres da Internacional de Serviços Públicos (ISP), e da psicóloga Suéllen Alencar Melo, militante da base do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araruna. A atividade encerrou a Jornada de Luta das Mulheres da Paraíba, iniciada na primeira semana de março em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no último dia 8.

Mulheres são mais afetadas pela pandemia

De acordo com o diagnóstico apresentado pelas debatedoras, as mulheres são as mais prejudicadas pela pandemia e o isolamento social em todos os aspectos: econômico, social e profissional. São as mulheres as mais afetadas pelo desemprego, a informalidade e a falta de políticas públicas. Também são elas que estão na linha de frente do combate à Covid-19.

“Essas mulheres são hoje 80% dos trabalhadores da Saúde. São elas que vacinam, que fazem curativos, que fazem a assistência medicamentosa, que fazem as triagens”, atesta Cícera Batista. A secretária de Comunicação da Confetam/CUT afirma que o mesmo percentual também se repete na área da Educação.

Jornada penosa e ruim de administrar

“Cerca de 80% dos trabalhadores do Ensino Fundamental I são mulheres. São elas que estão dividindo suas casas, transformando em sala de aula, paramentando os seus quartos, suas salas, suas cozinhas com material para que esses alunos se sintam atraídos e assistam as aulas remotas. Elas estão dividindo o seu espaço privado com o público e, o que é pior, acumulando uma jornada penosa, ruim de administrar”, relata Cícera.

Some-se a essa jornada penosa a atribuição do “cuidar”, obrigação imposta socialmente quase que exclusivamente às mulheres, está estabelecido um contexto completamente desfavorável à qualidade de vida das trabalhadoras. “A mulher trabalha, vai pra cozinha, cuida do pai, do avô, do filho. Tudo isso no mesmo espaço (a residência), onde ela não tem nem sequer a oportunidade de sair da rotina e respirar”, denuncia Cícera.

Autocuidado para se fortalecer durante o isolamento

Essa sobrecarga de trabalho, explica a Secretária de Mulheres da Confetam/CUT, reflete diretamente na saúde física e mental das servidoras públicas municipais e também das trabalhadoras na iniciativa privada. Por isso, destaca Ozaneide de Paula, o autocuidado é fundamental para reduzir os danos causados à vida cotidiana das mulheres.

 “O autocuidado com a saúde, com a questão psicológica, é muito importante para enfrentar a pandemia nesse momento. Nesse sentido, a Confetam tem tido o cuidado de fazer campanhas que possam tocar nesses temas, que possam contribuir para que homens e mulheres do serviço público possam enfrentar a pandemia e possam também contribuir para que outras mulheres saiam desse contexto social de isolamento que estamos vivendo”, conclui.