Retrospectiva, conquistas e perspectivas para a Central Única dos Trabalhadores (CUT)
A história da CUT se mistura a cronologia dos trabalhadores brasileiros de 1980 aos dias atuais. Podemos divisua trajetória em três momentos:
Publicado: 17 Setembro, 2013 - 00h00
a fundação e a filiação dos sindicatos, as lutas contra o neoliberalismo dos governos dos Fernandos (Collor e Cardoso) e a construção de um projeto de desenvolvimento com a questão social como elemento central.
Em agosto de 1981, ocorreu a primeira grande reunião intersindical desde 1964, a 1ª Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras (CONCLAT). Em 1983, a greve geral paralisou mais de três milhões de trabalhadores. As mobilizações culminaram com a fundação oficial da Central, que aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 1983.
Na década 80, tivemos lutas intensas com a participação decisiva dos cutistas. Foi o período de redemocratização do país com a conquista dos direitos consagrados na constituição, publicada em 05 de outubro de 1988.
No início de 1990, a CUT se destacou no processo que culminou com o impeachment de Collor. Os anos seguintes foram marcados pela luta contra o ideário neoliberal, reflexo da aliança conservadora entre o PSDB e o PFL no Congresso Nacional.
A fase mais recente da CUT coincide com a chegada, em 2002, à presidência da República de um operário nordestino, Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da implantação, nesse período, de programas sociais, como “Bolsa Família”, reconhecemos que ainda é preciso fortalecer as políticas públicas no âmbito da formação e no ingresso no mercado de trabalho.
O aniversário de fundação da Central é o momento propício para análise de nossa trajetória de sindicalismo combativo, independente em relação ao estado e aos patrões e autônomo quanto aos partidos políticos.
Somos a maior Central da América Latina e a 5ª maior do mundo. Chegamos a esse nível de representatividade pelo trabalho desenvolvido por companheiros(as) que, desde a base do sindicato à direção da CUT Nacional, fazem da CUT patrimônio dos(as) trabalhadores(as).
A CUT cresceu politicamente mantendo concepção sindical fiel aos interesses históricos dos trabalhadores e permanecendo atenta aos desafios da atualidade. Além dos seus sindicatos, criamos a Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), o Instituto Nacional de Saúde e Trabalho (INST) e o Instituto Observatório Social, com o objetivo de facilitar a defesa das reivindicações da classe trabalhadora.
O Brasil ainda não é a sociedade defendida pela CUT. Convivemos com grandes desigualdades sociais e de renda. Os meios de comunicação social ainda são concentrados na propriedade de algumas famílias. A convivência com o semiárido nordestino precisa de políticas mais ousadas no sentido de perenidade efetiva. É fundamental a implantação de ações permanentes para o homem do campo e também o da cidade.
Por isso, coerente com nossa trajetória, a celebração de 30 anos de CUT se dá com mais lutas. Estamos no momento da construção de grandes campanhas salariais como a dos bancários, comerciários, trabalhadores dos Correios, jornalistas e tantos outros.
A CUT continua mobilizando a classe em torno de suas reivindicações atuais, como o fim da terceirização, do fator previdenciário, a defesa do trabalho decente com a redução da jornada para 40 horas semanais sem cortes nos salários. Aproveitamos esse momento histórico para lutar ainda mais na defesa dos interesses da classe trabalhadora.